Eu o amava tanto que doía,
doía por saber que ele era extremamente importante para mim, meu ar, minhas
pernas, minha luz. Saber disso era demais, já que o medo era maior, medo de
perdê-lo e ficar devastada. Usando uma analogia desprezível para ilustrar minha
explicação mais depressível ainda, é como altura, você só descobre que tem medo
de altura quando tem que encarar um certo nível de altura. Não é fácil superar,
não como estes livros baratos de alto-ajuda descrevem ou como eu imaginei. É
realmente complicado apagá-lo da memória. Faz dois dias? Ou dois anos que ele
me deixou ir? Parece uma eternidade. Falam em enfrentar o medo, em esquecer o
passado, “bola pra frente”, tudo balela de drogado. Eu tinha medo de montanha
russa, fui andar na montanha russa e hoje eu me cago de medo de ir de novo, foi
uma das minhas piores experiências, pagar para ter medo da morte em um
“brinquedo”. E como eu iria esquecer meu passado? Eu nunca irei esquecer Pedro,
repito, nunca. Ele sempre será uma parte importante da minha vida, o cara que
eu amei, realmente amei. Posso ter outros amores verdadeiros, ou ele será
sempre o único, posso até ser feliz pra caralho novamente. Porém nunca o
esquecerei.