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domingo, 18 de novembro de 2012



Um tom de despedida.


Não quero te confessar minhas inseguranças. Não quero ter que te dizer o quanto dói já saber que uma hora você irá embora, todos vão. O pior de todo esse jogo é que mesmo sabendo disso, insisto em tentar mudar os fatos, em mudar minhas atitudes pra quem sabe, quem sabe, você não fique mais um pouco. Que goste de estar do meu lado, que prefira o cheiro do meu cabelo e pegar minha mão solta ao lado do meu corpo. Sonho tanto querido, que às vezes esqueço-me de viver e de vez enquanto eu sinto uma dor imensa no peito, sufocante, como um aviso. Como se dissesse que quando você for a dor será torrencialmente pior, que eu irei me d’esfacelar. Eu não quero te dizer tudo isso, já que sei que isso seria como uma trapaça nesse jogo cruel, como se eu estivesse fazendo você ficar para não me magoar. Não quero que fiques por mim, mas quero por nós, quero que estejas feliz e se for para ser longe de mim, que seja. Tentarei não desmoronar, tentarei eu juro, nutrir-me do teu sorriso disperso.  Talvez eu me isole, suma de teus olhos, sou assim desde que me entendo por gente, eu sumo e simplesmente me esquecem, é fácil querido, você não sofrerá quando o fim chegar. Por mais que eu sinta tudo isso se esvaindo de meu ser eu também prometo não chorar mai essa magoa que ainda nem existe, vou deixar o barco fluir por esse mar agitado, vai que encontremos um arco-íris. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012




Ela sente uma saudade sufocante do que nunca teve para si, não é controverso? Ela se questiona diariamente, pune sua razão que pende a desleixar-se quando se trata de amor. Havia um conceito fixo de saudade em sua cabeça, aquilo que você teve por determinado momento e se fora, assim se produz saudade, do que não mais se tem. Só que ela nunca o teve em seus braços, então como pode ser devorada por esse sentimento sem pé nem cabeça? Uma saudade mais complicada, bem mais extensiva, aquela de um abraço que nunca fora dado, de um beijo que nunca fora provado, de um cheiro no ar que nunca existiu.
E em seu peito jazia uma esperança murcha de seguir a procura de matar sua saudade deslocada. Ela ficava atenta ao céu já cinzento. Moça sufoca essa saudade antes que ela te sufoque, nem que tenhas que criar novas lembranças em fotografias borradas. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012




Ele não fala o que sente e ela não entende como pode ser tão difícil pra ele. Só que quando ele se aproxima dela com todas as verdades em seus lábio, tem que encarrar seus grandes olhos castanhos saltando de curiosidade. As palavras somem, menina, entenda que você é bonita demais pra qualquer tipo de razão. Codifica a ideia que seus cabelos tem cheiro de vida, que sua boca rosada tira o fôlego e que seu tom de voz manso deixa qualquer um inconscientemente longe. Perdoa por não conseguir te dizer o quanto você o faz feliz, esse cara que mudo que só consegue sorrir e concordar, ele te ama. 

Ele ainda não consegue dizer isso, talvez por medo de não ouvir um “eu te amo também”, mas ele vai dizer guria. Ele vai dizer e não irá parar mais de falar, vai encher tua paciência com tanta trela romântica. Mas ele te ama.

Sim eu tenho ciúmes das suas amiguinhas que te abraçam, que falam bobagens enquanto você ri e isso me deixa tão zangada. Vê-las passar seus braços sobre teu ombro desprotegido me faz possuir um monstro verde. E sim, eu faço isso com meus melhores amigos, os faço rir, eu os abraço e passo meus braços em seus ombros e as vezes escapa até um andar de mãos dadas. Mas eles não são você, e você é meu. Eu sei, eu sei, não somos de ninguém, nem de nós mesmos. Só que eu quero te ter só pra mim, quero que eu seja a única razão do teu sorriso manso e da tua risada descontrolada. Você deve estar me tachando de egoísta e tudo mais. Só que funciona assim amor, “eu te quero só pra mim como as ondas são do mar” e todas essas potocas peroladas.

Um velho amigo.


E eu preciso te falar tanta coisa engasgada que eu por muito tempo guardei. Preciso muito te dizer tudo, mas antes queria te lembrar, ou te contar, se ainda não souberes… Que fostes meu primeiro amor, a primeira alma que completou a minha, aquele ao qual pela primeira vez em uma vida imatura me deu uma razão pra seguir e sorrir, colocou rosto em meu sonho, timbre em minhas músicas e gosto nos meus beijos. Fostes o primeiro a me dar o verdadeiro amor, aquele ao qual você aprecia, deseja, vive e respira. O amor era tão forte querido que doía ao pensar em te perder, mas também fostes o primeiro a destroçar esse amor, foi contigo que eu senti o pior gosto, o da perda, da desilusão, da traição e do fel. Foi por ti que escrevi tristezas.
E essa dor, essa enorme dor, me corroeu por tanto tempo, que por uns instantes me fez esquecer de viver. Demorou, porém eu me reergui, reaprendi a correr sozinha. Depois de ti nunca mais os amores foram os mesmos, nunca sentia a mesma sensação que senti contigo. Você envenenou todas as outras chances de felicidade sem ao menos saber que fizestes isso.
Então, depois de anos a fio sem noticias tuas, você volta aos pouquinhos e vem se aconchegando de volta a meu mundo perdido, cheio de mentes vazias.  Sempre ao falar de ti era um misto de tristeza e felicidade tão incompreendidos por mim, pobre moça confusa. Eu achava, ingenuamente, que tu eras um capitulo incompleto nesse meu livro de vida, que tu eras o amor que eu não terminei, o romance que não escrevi, o personagem eu não desenhei.
Eu resolvi tentar mais uma vez, me entregar a teus braços e teus beijos, ouvir novamente tua risada boba e tuas brincadeiras repetitivas e que sempre, eu digo sempre, me faziam rir. Ouvir novamente teu timbre em uma ligação qualquer, caminhar e encaixar tua mão e teu corpo ao meu, sem deixar um pedaço de alma pra fora.
Só que querido, outro sentimento novo voltou contigo e meu passado, foi o temor. O medo incontrolável de sofrer novamente e aquela tristeza mansa vieram juntos e quiseram fazer morada em mim. Não se martirize, calma, eu te perdoei, por tudo, por todas aquelas lágrimas e minha alma de poeta revelada.  Enxergo-te como meu primeiro amor, minha primeira desilusão e minha inspiração. Teu toque suave a admirar minhas costas nuas, sua barba por fazer roçando no meu pescoço, sua fala mansa, nossa falta de assunto tão boa, construída com um silêncio confortante. Todos os detalhes eu lembrarei para sempre e me sinto gratificada por isso.
Apenas não posso continuar a viver nessa teia de angustias, sempre esperando que tu me deixes, que não se sinta mais seguro em mim e que procure outro conforto. Sempre ansiosa por achar que não confio e lembrando-me de tudo, uma mensagem daquela menina, um recado, uma ligação, uma lembrança, cada gota que me feriu a sangue frio. Eu irei recordar também, isso me entristece, só que maneira branda.
Sinto falta das nossas conversas, de saber sobre teu dia, sobre nossos gostos musicais, das piadas novas e das angustias que você queria curar e eu de remendar teu coração. Sei que eu não fui teu primeiro amor, fui só um remendo, não me importo, realmente não me importo. São só categorias.
Promete, nem que seja em um suspiro, que não magoarás mais ninguém? Ou tentará de todo o coração não criar mais poetas nascidas da lama? Como um lótus perdida.  Padeço desse mal de angustia e minhas palavras tão singelas são apenas borrões das minhas lembranças de tantos anos. Desculpe-me se não posso esquecer tudo que aconteceu conosco ou fingir esquecer, sou feita disso, não posso deixar para lá. Desculpe se não posso permanecer do teu lado da maneira que imaginastes.
Seja honesto comigo, de que maneira me imaginas do teu lado? Sensação do meu corpo no teu? Ou da tua alma a minha? Acredito piamente que é apenas das articulações da mandíbula, do encontro de troncos e do atrito da pele que sentes falta. Dessa sede carnal que enche teus pensamentos. Termino aqui,  guardarei músicas e melodias a lembrar de ti, a ultima neste álbum tão repleto:
“[…]Estranho mas já me sinto como um velho amigo seu
Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto
Se o homem já pisou na lua, como eu ainda não tenho seu endereço?
O tom que eu canto as minhas músicas 
Para a tua voz parece exato […]”
Cuida-se, eu ainda me preocupo com você.