Esses dias vi minha mãe falando só, não ela não esta louca,
ela estava conversando consigo mesma sobre trabalho e documentos, mas era uma
conversa íntima. Como eu faço. Senti-me familiarizada com aquela reação,
senti-me unida a ela por uma fração de segundos, algo que passaria despercebido
para outro ouvinte. Fora algo notável de ser observado. Como eu, ela se alto
discordava e usava outros pontos de vista para ganhar a discursão consigo
mesma.
Às vezes, confesso, paro e falo para mim mesma que a
qualquer dia dirão que sou louca por estar falando sozinha, mas não estou só,
sou muita companhia. Sou louca como todo ser humano normal. Ninguém pode ser
tão lucido e viver neste mundo simplesmente maluco desde sua existência desconhecida
e descomprovada. Prove-me que sou tão louca quanto você que consegue mentir
descaradamente, ou você que não quer chorar para não parecer frágil. Prove que
posso ser perigosa para a sociedade que temo a cada dia. Desconfio frequentemente
que posso ser a mais normal dos loucos, porém menos feliz. Realmente felizes
são os loucos que de racionais não tem nada, sentir não é racional, e sim passional
e momentâneo. Maluquice essa de família, herdei felicidade? Acho que sim.