Não me force dizer que não agüento mais o tom da sua voz, que não gosto do seu abraço.Não me obrigue a magoar você, ainda é cedo pra partir corações.É ridículo o modo como me comporto diante de sua presença, você não se preocupou em me resgatar antes deu cair no poço da solidão, ao menos notou minha presença.
Sinto como se eu fosse a errada nisso tudo, não é estranho?Eu deveria ser a primeira a abandonar o barco, mas sou fraca pra deixar você sem o meu apoio que ás vezes acho inútil, mas não te deixo cair.
Prometemos antes de tudo sermos felizes eternamente, prometemos antes das brigas e dos sorrisos, dos abraços e das palavras de afeto. Tanta saudade eu sinto daqueles momentos que eu achava meras passagens de tempo porém revi seus valores e uma vontade de reviver tudo com você.
É ...Com você, aquele que não me notou, que falou coisas absurdas pensando em si mesmo, onde o egoísmo tomou conta do seu ser, e eu vi, vi seus olhos se encherem de ódio, vi seu desespero diante da primeira dificuldade.
Sabe aquele ditado:”Por traz de um grande homem há uma grande mulher!”, eu o entendo agora.Vi que foi necessário permanecer contigo antes do barco afundar, EU preguei o último prego em nossa barca que naufragou antes mesmo do anoitecer.

Pq sentir-me perdida não é mais tão estranho?

Acordei com aquele sentimento novamente, como se algo estivesse faltando e ao longo do dia essa insegurança virou certeza, sabia o que estava sentindo.Aquela sensação de desencaixe, a pecinha do quebra-cabeça que se perdeu em meio à poeira do tempo.
Torno-se tão familiar, tão casual as lágrimas e o bater do coração, ele que quer me dizer algo mas não o ouço, não como antes.Sigo naquelas ruas, as esquinas cheias de rostos, mas nenhum familiar, há não ser por aquela gentil artesã que a velhice a fez mais feliz e sã consigo e com o mundo.
Sinto uma ponta de inveja dela, imagino o momento de sua chegada em casa e lá está seu marido, um senhor com um caráter forte e que tentou passar isso para seus 3 filhos que hoje deram netos saudáveis e espertos que fazem a alegria do fim de semana.
Imagino também a satisfação, a plenitude com que ela pensa no seu passado, tanto caminho percorreu, tantos obstáculos e hoje fez por merecer sua vida cheia de calor e paz. Ainda continua com o primeiro amor, algo utópico em nossa realidade, mas que dentro do meu ser respiro essa esperança.

O que fazer quando o vazio abita meu coração?O que fazer quando lágrimas escorrem pelo meu rosto sem ao menos perceber? Quando pedir um abraço? O que dizer quando o silêncio da perda e do luto chega?
Como ser humano meu ser sofre, grita, é escandaloso.Procuro como um gato no escuro usando de artimanhas, me esquivando e pulo alto, muito alto,chego a tocar as estrelas, arriscando-me por um segundo de delírio e por uma vida de suspiros.
Em meus bolsos nada carrego mas em meu coração tenho uma bagagem cheia, tranqueiras inúteis mas que não consigo me livrar, também carrego alguns bens importantes, muito valiosos que por preço algum abriria mão e torço para que nunca se quebrem.
Cometi erros tão fortes que não sei como eu pude ter aquela face, deparei-me com perdão e olhei para o céu, tão escuro ele estava, não havia nuvens, a lua se fora e uma estrela solitária brilhava como se sobrevivesse daquilo, nunca poderia ser ofuscada pq era isso que ela precisava para não ir.
Clamo a cada dia para abrir os olhos e ver o brilho do sol, abraçar toda noite aquele que amo e meu anjo, tão doce, sabe que preciso dele, aqui, agora e SEMPRE.

Uma menina em uma tarde escura me contou que preferia olhar para o céu que para o chão, que preferia contar nuvens a pedras e que adorava sentir o gosto de chuva e não o cheiro de terra molhada.
Uma perspectiva um pouco incomum, a maioria olha sempre para o chão e quem não ama o cheirinho de terra molhada que tanto nos é familiar.Questionei esse pensamento e ela sem hesitar respondeu-me.
Prefiro olhar para o céu pois seu azul me faz viajar, sua infinidade me faz querer ir além do que me impõem enquanto o chão não passa de uma barreira, algo intranspassável e bruto.Quando conto as nuvens, tão suaves e leves, como sonhos, sinto-me melhor que ao contar pedras que tão rígidas se confundem com corações alheios...E o gosto da chuva tão pura, chega a ser doce ao meu deleite, refresca minha alma de poeta, melhor que o cheiro de terra molhada que só me traz recordações, prefiro correr o momento ao viver de lembranças.
A partir daí comecei a admirá-la e adora-la.

Sinto-me tão imbecil, pq isso ainda me incomoda?Poxa vida, bola pra frente, cabeça erguida.Tudo culpa desses hormônios femininos que me fazem chorar uma semana inteira de cada mês.Culpa do meu vicio por ficar do lado de pessoas erradas.
A cada amigo eterno, que me conforta e que me freia, sinto uma maré de pessoas que eu tanto fiz e nada retribuíram ou que me corresponderam com futilidades e vacilos, esses vacilos que me fazem chorar uma semana do mês.
Mas não posso esperar da vida que todos digam o que eu sempre gostaria de ouvir ou que nunca errassem o caminho da felicidade, aquele do meu coração. Seria muito sonhadora querer esse mundo perfeito.
Estou aqui para tentar não me importar, levar a vida.Difícil sempre foi, mas com o tempo vai-se aprendendo.

Noites conscientes

Há tanto tempo eu não sonhava, passava minhas noites no escuro do pensamento, na solidão do sossego, era bom mas sentia falta de refletir sobre meus delírios.Essa noite sonhei com algo tão perturbador, pensei que já havia esquecido, jurava que minha memória havia eliminado isso de mim e que meu coração estava reconstruído.
Fugia, me escondia daquele alguém, aquele que há um tempo me feriu tão cruelmente que meu coração chorou, fugia de sua face que parecia me afrontar, tinha medo daquela dor, de me sentir vazia novamente.Não queria o encarar pq é mais assustador do que me esconder.
Será que é mesmo melhor ou é apenas mais fácil? Não me importaria de tentar encarar seus olhos mas lágrimas cairiam sobre meu rosto e me sentiria insegura e isso me assusta tanto, mais tanto...Até em meus sonhos pertubo-me ao ponto de torná-los pesadelos!