Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. (Clarice Lispector)
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quarta-feira, 14 de julho de 2010
Escondi-me sobre os lençóis de seda que ainda guardavam tão perfeitamente seu cheiro, onde imitavam sua pele sobre a minha.Queria não sair de onde me sentia tão segura, não queria colocar os pés no chão e ver que era apenas um sonho.
Imaginei-me olhando diretamente em seus olhos, que me acalentavam tão discretamente, apenas sedia, sedia a sua voz, á seus caprichos e me sentia bem com isso, não me incomodava de ser tua, apenas tua.
Mas os lençóis se tornaram mais ríspidos, seu tecido ficou frio, parecia ter encolhido, nele só cabia a mim, apenas meu corpo. Tornou-se difícil, mais difícil que a realidade, não sentia o calor daquele manto, não havia mais o doce som da sua voz.
Procurei outros lençóis, mais ainda sentia frio, me sentia vazia, não havia nada em meu olhar, não havia nada em meu coração, apenas pensamentos e lembranças jogadas no ar. Sequei minhas lagrimas naquele lençol, o apertei com força para tentar rasgá-lo mas ele parecia mais forte do que minha angustia, parecia mais resistente do que eu.
Então o deixei, o empacotei e junto foi aquele sentimento, velho e empoeirado agora.Não me restou nada, as lembranças se foram e em mim novos pensamentos surgiram.
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